ABSTRACT
Este trabalho objetivou verificar a prevalência e a severidade da doença periodontal em pacientes da Clínica de Odontopediatria da Universidade Federal da Paraíba, relacionando os níveis de doença com o gênero e o acúmulo de biofilme. Compôs a amostra 64 crianças na faixa etária de 09 a 11 anos que estavam em atendimento na referida Clínica. Foram coletados, por uma única examinadora, índices de biofilme dentário (IHOS e O'leary) e doença gengival (ISG), e registradas a presença de recessão gengival e de bolsa periodontal. Os dados foram analisados com o auxílio do programa SPSS e tratados estatisticamente pelos testes do Qui-quadrado e Exato de Fisher (p<0,05). Os resultados mostraram as prevalências: gengivite 100 por cento; recessão gengival 21,8 por cento; bolsa periodontal 4,6 por cento. Níveis de higiene oral insatisfatórios foram encontrados em 89,1 por cento e 54,7 por cento das crianças pelos índices de O'leary e IHOS, respectivamente. A presença de gengivite, recessão gengival e bolsa periodontal mostraram-se respectivamente em 62,2 por cento, 16,2 por cento e 5,4 por cento no gênero feminino e 59,3 por cento 29,6 por cento e 3,7 por cento no gênero masculino, não observando diferença estatisticamente significante de acometimento das alterações entre os gêneros. O acúmulo de biofilme mostrou níveis insatisfatórios pelos índices de O'leary e IHOS, respectivamente, em 88 por cento e 54,1 por cento para o gênero feminino e 89 por cento e 55,6 por cento para o masculino, não observando diferença estatística entre os gêneros. Da mesma forma, não foi possível observar relação entre o acúmulo de biofilme dentário e a presença de gengivite severa. A partir dos resultados concluí-se que: as condições de higiene oral foram insatisfatórias; a presença e severidade da gengivite se mostraram elevadas, bem como as prevalências de recessão gengival e de bolsa periodontal; não houve predileção das alterações segundo o gênero e não pode ser observada associação estatisticamente significativa entre o acúmulo de biofilme e os padrões de gengivite